1909 – 1978
Pintor e desenhista.
De origem humilde, dono de uma pintura lírica de tendência figurativa sem rebuscamento intelectual, Yoshiya Takaoka aprendeu pintura com Shin Kurihara, ainda no Japão, onde, por sua vez, também lecionou.
Em 1925 chegou ao Brasil, indo trabalhar na lavoura de Cafelândia, mudando-se depois para São Paulo, onde foi vendedor de pastéis, pintor de paredes e caricaturistas. Insatisfeito com o ambiente cultural paulista, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1935, aperfeiçoando sua pintura com Bruno Lechowsky, não sem antes haver participado, ainda em São Paulo, da fundação do Grupo Seibi, de artistas plásticos da colônia japonesa, onde foi a figura de maior projeção.
Durante a II Guerra Mundial, Takaoka enfrentou grandes problemas, sendo várias vezes importunado pelos agentes da Delegacia de Ordem Política e Social, jogado no xadrez e espancado. Visto por muitos no alto de Santa Tereza pintando a paisagem carioca, era acusado de estar mapeando a cidade e passando informações para o governo japonês. Era salvo por amigos, tais como o poeta Olegário Mariano ou o delegado Picorelli, que muito o conhecia. Ainda no Rio de Janeiro participou do grupo realmente atuante do Núcleo Bernadelli.
Em 1944 voltou para São Paulo e, juntamente com Antonio Carelli e Geraldo de Barros fundou o Grupo dos Quinze, em 1947, dissolvido um ano mais tarde.
Entre 1952 e 1953 viveu em Paris, onde estudou técnica de mosaico e frequentava a Academia de La Grande Chaumiére. Buscando na arte uma espécie de compensação espiritual, Yoshiya Takaoka, naturalizado brasileiro, expressava-se através do realismo lírico.
Suas características mais marcantes eram o comportamento boêmio, o amor pela bebida, o desinteresse pelo dinheiro e uma visão um tanto romântica da arte.
Foi membro do Júri de Seleção e premiação do Salão Paulista de Belas Artes em 1967 e é membro proeminente
Prêmios
- 1938: Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA (Medalha de Prata)
- 1946: Salão Paulista de Belas Artes (Pequena Medalha de Prata)
- 1946: Salão Paulista de Belas Artes (Medalha de Bronze)
- 1958: Salão Paulista de Belas Artes (Prêmio Assembleia Legislativa)
- 1960: Salão Paulista de Belas Artes (Prêmio Comendador Mário Dedini)
- 1961: Salão Paulista de Belas Artes (Pequena Medalha de Ouro)
- 1964: Salão Paulista de Belas Artes (1° Prêmio Governo do Estado de São Paulo)
- 1966: Salão Paulista de Belas Artes (Grande Medalha de Ouro)
- 1971: Salão Paulista de Belas Artes (Prêmio Governador do Estado)
Fonte
Lousada, Júlio, 1940 – Artes Plásticas: seu mercado: seus leilões/ Júlio Louzada; (prefácios Mino Carta, Pietro Maria Bardi). –São Paulo: J. Louzada, 1984.