1895 – 1967
Antonio Gonçalves Gomide, pintor, desenhista, gravador, escultor e professor.
Duas fases distintas e igualmente expressivas podem ser demarcadas na obra desse artista paulista, que viveu os últimos anos de sua vida em Ubatuba, praticamente cego, longe dos meios culturais e sociais que frequentou nas décadas de 20 e 30.
A primeira delas data justamente de antes de sua ligação com os modernistas de São Paulo, quando a inspiração cubista e as influências de Braque, Picasso e Lhote, se fazem sentir nas soluções formalistas e no repertório limitado de suas primeiras exposições em nosso país, depois de longa permanência na Europa. Aos poucos integra-se aos meios artísticos da época, agitados pela sede de renovação da linguagem plástica de um lado, e , de outro, pela tese da nacionalidade.
Uma arte brasileira, com temática brasileira, é a palavra de ordem que sensibilizará o artista, que se deixa então atrair pelos temas populares.
Nascido em Itapetininga, interior de São Paulo, aos dezoito anos vai para a Suiça, em companhia da família, onde cursa a Academia de Belas Artes, em Genebra. Visita Portugal e Espanha em 1920, fixa-se em Paris, onde se apresenta no Salão de Outono e Salão dos Independentes.
Em 1926, retorna ao Brasil, participando de diversos salões e realizado individuais significativas, Gomide não foi consagrado em vida.
Com uma produção bastante reduzida entre 1950 e 1960, dedicou os seus últimos anos à escultura, inspirando-se na temática afro-indígena. Contudo, além da pintura e dos painéis que gostava de executar, sua obra contém afrescos, relevos e cartões para vitrais e esculturas.
Fonte
Lousada, Júlio, 1940 – Artes Plásticas: seu mercado: seus leilões/ Júlio Louzada; (prefácios Mino Carta, Pietro Maria Bardi). –São Paulo: J. Louzada, 1984.