1897 – 1976
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, pintor, gravador, desenhista e jornalista.
Um dos principais renovadores da arte moderna brasileira, idealizador da histórica Semana de 22.
Di Cavalcanti, nascido no Rio de Janeiro, produziu mais de meio século de uma carreira consagrada, grande quantidade de óleos, desenhos e gravuras. Amado pela crítica, pelo público e pela inteligência do país, Di Cavalcanti pintou um Brasil de samba, carnaval e mulatas.
Em 1916 deve a sua primeira participação numa exposição, I Salão dos Humoristas, no saguão do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, ano também em que vai para São Paulo estudar Direito e trabalhar como arquivista no “O Estado de São Paulo”, mas ao invés de estudar se integrou no meio intelectual boêmio nas livrarias, das redações dos jornais e dos cafés.
Promovida pela Editora do Livro, a sua primeira exposição individual em 1917, cujos seus primeiros trabalhos que evidenciavam o seu gosto pelo volume e pelas mulheres, que aquela altura não traziam ainda qualquer traço de picardia, ao contrário, eram figuras angelicais e irreais, retratadas em pastéis suaves. A conotação literária dos tipos retratados por Di Cavalcanti era bastante evidente.
Porém em 1918, ao se tornar frequentador assíduo do atelier de Georg Fischer Elpons, pintor e professor alemão entusiasta do impressionistas europeus, passou a amar Van Gogh. E vivendo entre São Paulo e Rio de Janeiro, participando ativamente das vanguardas intelectuais das duas maiores cidades do país.
A Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 1922, o qual, Di Cavalcanti participou ativamente da organização e levou ao saguão do Teatro Municipal doze dos seus trabalhos.
Viveu os dois anos seguintes em Paris, viajando muito e expondo em várias cidades europeias. E se integra em movimentos sociais e políticos, filiado ao Partido Comunista, que antecedem a Revolução de 30, quando volta ao Brasil, dividindo seu tempo e trabalho entre o Rio de Janeiro, São Paulo e viagens curtas à Europa. Com a guerra e ocupação da França pelos alemães, Permanece um curto período de tempo em São Paulo e se fixa definitivamente no Rio de Janeiro.
A partir da década de 40 , com pouco mais de quarenta anos, Di já é considerado um dos nossos maiores pintores, aqui e no exterior. Produz intensamente. Estilisticamente maduro, seus trabalhos alinham-se com o expressionismo romântico, porém longe de ser ingênuo ou nostálgico. Ao contrário, a sensualidade, extravagância e o exotismo, são o traço inequívoco da pintura de Di.
Um pouco de sua vida, da sua obra e o seu próprio enterro foram registrados num comovente curta-metragem realizado pelo cineasta Glauber Rocha.
Di Cavalcanti tem as suas obras em quase todos os museus e pinacotecas brasileiros e também no exterior, entre os quais: Jeu de Paume (Paris), Grenoble e Haia, Museus de Arte Moderna de Paris e Museu Nacional de Montevidéu.
Prêmios
- 1937: Exposição de Arte Técnica, Paris (Medalha de Ouro)
- 1953: II Bienal Nacional (Melhor Pintor Nacional)
- 1954: Retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
- 1960: II Bienal Interamericana, México (Sala Especial e Medalha de Ouro)
- 1963: Bienal de São Paulo (Sala Especial)
- 1964: Salão Paraense de Belas Artes (Sala Especial)
- 1964: 40 Anos de Pintura de Di Cavalcanti, Relevo, Rio de Janeiro
- 1971: Retrospectiva no Museu de Arte Moderna, São Paulo
Fonte
Lousada, Júlio, 1940 – Artes Plásticas: seu mercado: seus leilões/ Júlio Louzada; (prefácios Mino Carta, Pietro Maria Bardi). –São Paulo: J. Louzada, 1984.